XSCAPE - Primeiras impressões (USA Today)

É fácil, e provavelmente saudável, se aproximar de qualquer versão nova da música de Michael Jackson com algum ceticismo. Quase cinco anos depois de sua morte, o Rei do Pop continua sendo uma influência indelével para artistas contemporâneos e uma fonte do tipo de fascínio lascivo que sempre é tão vendável, se não memorável, como uma grande sintonia.

Felizmente, o álbum póstumo 'XSCAPE', que será lançado no dia 13 de maio, oferece alguns lembretes do porquê Jackson entrou em nossa consciência. As oito faixas foram abatidas a partir dos arquivos do astro, gravadas originalmente entre 1983 e 1999, após o pico criativo de Jackson como um artista de gravação (com a sua descoberta em 1979 com "Off the Wall" e em 1982 com "Thriller").

Ainda assim, o presidente da Epic Records (também produtor-executivo) LA Reid e o produtor Timbaland - com o suporte de outros hitmakers notáveis ​​tais como Stargate, J -Roc e Rodney Jerkins - asseguram que os pontos fortes e duradouros de Jackson como cantor estão representados, e que o álbum mergulha nas modernas texturas eletrônicas sem sobrecarregar a estrutura geral das músicas.

"Love Never Felt So Good": escrita e produzida inicialmente por Jackson e Paul Anka, na sua versão 'atualizada' foi co-produzida por John McClain e Giorgio Tuinfort - tem um estalo 'old-school' e cordas que lembram o soco melódico e rítmico da obra de Jackson com Quincy Jones. 

"Lovin' You": trabalhada por Jackson durante as sessões do álbum BAD e revisitada por Timbaland, é igualmente alegre e nostálgica, com acordes de piano e fazendo 'cócegas' em sua percussão.

Outras faixas são mais ousadas e agressivas, tanto no som quanto em suas letras. Para Jackson, o amor e a ansiedade eram muitas vezes inextricavelmente entrelaçados; "Do You Know Where Your Children Are" documenta o pesadelo de um pai com um 'groove' batendo, enquanto "Chicago" (escrita por Cory Rooney) encontra o seu narrador atormentado por uma mulher dúplice.

Em "Slave to the Rhythm", uma intrigante criação de Reid/Babyface trazida de volta por Timbaland e Jerome Harmon, é a garota que sofre, e que tenta quebrar as correntes que prendem ela em casa e no trabalho. A canção é 'brincalhona' no início, começando com gritos e soluços de marca registrada de Michael Jackson, mas não há empatia clara em seu retrato de uma pessoa presa desesperada para encontrar "sua própria batida" É triste que, para esta estrela, escapar, como XSCAPE, só veio postumamente.